No meu último texto falei do Tio Patinhas, um dos heróis da minha infância. Sempre gostei de ler, ler um livro, um livro era uma verdadeira obra de arte que estava ali, que me ensinava sempre algo, que ficava bonito na estante juntamente com outras obras já lidas ou em vias de, desde pequeno que criei esse hábito que se foi perdendo com o aparecimento da Internet lá por casa. Até ter acesso cada vez menos limitado à Internet, fui perdendo o gosto pela leitura, pelo folhear de um livro, pelo cheiro a papel e conhecimento.
As aventuras vividas na primeira pessoa nas terras dos vikings ou na Roma Antiga, estive em todo o Mundo sem sair do sofá ou do quente da cama. Viajava numa cápsula mágica chamada: livro. E a banda desenhada fez parte da minha literatura infantil. Há quem se recorde de tempos em que eu não lia, eu devorava livros. E devorar é uma palavra que se adequa, pois pegava no dito cujo e só o largava depois de virar a última página. Noites sem dormir ou tardes sem lanchar, nem dava pelo tempo passar enquanto estava a ver as aventuras de tantos personagens, entre eles o Tio Patinhas. O Mickey, o Pateta, o Donald e afins tinham a sua piada mas o Tio Patinhas era o que mais me fascinava. Quem sabe pela sua riqueza, ou pela sua sovinice, ou pela sua má vontade. O raio do pato fascinava-me! Vi o Tio Patinhas descobrir ser herdeiro de um castelo na Irlanda ou aventurar-se no meio de tribos africanas ou entrar em corridas de carros ou, ou, ou, ou, o certo é que o pato de óculos sem hastes fazia tudo. E eu queria ter um pouco de Tio Patinhas. Ou então queria apenas ser rico e poder mergulhar no meio de moedas de ouro...