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Entre praia e uma casa antiga

por Marquês, em 30.07.12
Este fim-de-semana dei por mim a absorver cultura à bruta! Vivi o sacrifício de acordar cedo ao fim-de-semana, fugi às praias e aos centros comerciais e fui absorver cultura à bruta! Museus, palácios e paisagens, foi spectacular!

Vivo na capital há ano e meio e só agora aproveitei para recordar alguns espaços, ver outros pela primeira vez, viver um pouco da história de todos nós. Até fui ver a colecção do Berardo! E terminei no novíssimo Museu Nacional do Desporto. No final, aquele sentimento agri-doce que arrepia a espinha. Orgulho no meu país, orgulho nos feitos dos portugueses, orgulho nas peças que vi, orgulho em ser compatriota de quem construiu e de quem combateu e de quem ergueu e de quem viveu, orgulho em ser compatriota de Vasco da Gama e de Moniz Pereira, de D. João I e de Ricardo. E uma tristeza imensa em ver tanta obra a precisar de restauro, tanta obra esquecida pelo povo, tanto pedaço de história que nenhum português conhece. Visitei um palácio, quatro museus e um jardim sem gastar um cêntimo. E vou repetir a viagem brevemente, e visitar o que não tive tempo. 

Sinto que aqueles espaços deviam estar cheios de gente a comentar sobre as peças e vibrar ao ouvir a história da nau "Vasco da Gama" ou do regícidio de D. Carlos I e do infante D. Luís Filipe. As obras cuidadas, restauradas, e sempre a "sorrir" para o visitante. Enfim, faltava algo.

Entretanto, fica a frase da jornada, pela voz de um amigo: "Devíamos ter um cartão Relvas. Em cada museu carimbavam o cartão e no final tínhamos uma licenciatura em História!". Ainda não pedi equivalência mas pode ser que obtenha um 11.

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Haja política e ensino neste país, sff

por Marquês, em 12.07.12
Raramente falo de política. E tenho razões, que são minhas e são válidas, e que acho por bem partilhar convosco. Em primeiro lugar, confesso que não percebo nada de política, talvez exista mais alguns temas que não compreenda, mas de política nada percebo. E em segundo lugar, porque em Portugal não existe política, nem tão pouco políticos. Se calhar isso ajuda a perceber a situação actual do país, não há políticos, não há gestores, não há economistas, não há engenheiros... Não, meus amigos, não estou a dizer uma idiotice de todo o tamanho, estou simplesmente a ironizar. Eu sei perfeitamente que em Portugal há políticos, gestores, economistas e engenheiros, alguns de qualidade tal que posso afirmar serem dos melhores do mundo. Contudo, não estão onde nós, reles povo, gostaríamos. No Governo, os políticos são quase inexistentes. Eu posso pegar num estetoscópio que isso não faz de mim um médico (Perceberam a metáfora? Genial, não é ? Ultimamente ando muito forte em metáforas!).

Há tempos, estive sem trabalho. Licenciado, maior de idade, teso que nem um carapau, sem trabalho. Já tinha trabalhado, já tinha feito descontos, já tinha estado a contrato. Nunca tinha trabalhado mais de quatro meses seguidos a contrato. Ao que parece, não cheguei a averiguar a fundo porque entretanto arranjei trabalho, precisava de ter cumprido um contrato superior a seis meses para receber subsídio de desemprego. Resumindo, não tinha habilitações para ser desempregado. Nesse momento comecei a ver o Governo com outros olhos. O nosso primeiro-ministro, ao que consta, pouco trabalhou na vida (exercendo cargos para os quais não tinha aparentes habilitações), tirou uma licenciatura em Economia, aos 37 anos (!) e é o "chefe" de um país. O anterior, cujas actividades laborais também são duvidosas e pouco consistentes, tirou uma licenciatura em Engenharia, num dia em que a Universidade até deveria estar fechada... Não sou inspector da PJ nem Juiz mas consigo perceber que, em Portugal, qualquer um pode fingir ser o que quiser. Eu, leigo, não vejo onde economia e engenharia ensinam política.

Antigamente, um jornalista em Portugal era um nabo, um rejeitado, um desajeitado. É verdade. Editores, chefes de redacção, repórteres, cujos cursos variavam entre arquitectura e ciências. Sem emprego na sua área, surgia o jornalismo, qual El Dorado, e uma carreira de sucesso. Gente que algum valor teria, que até sabiam redigir um texto, mas que nunca estudaram jornalismo na vida. Na política também sofremos desse mal. Lecciona-se Política em certas universidades, públicas inclusive, mas a maioria dos "políticos" que vemos na televisão, são nabos, rejeitados ou desajeitados de outras áreas. E lembrei-me disto porque o ministro dos assuntos parlamentares, dos poucos que até poderia dizer ter estudado Política, conseguiu tirar uma licenciatura de três anos em apenas um - ao que um ignorante diria "é sobredotado"!

Das duas, uma: ou o ensino em Portugal anda todo trocado, ou então Portugal é governado por sobredotados...

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Um drama no elevador

por Marquês, em 07.07.12
Ontem sucedeu-se algo na minha vida que alterou a forma como eu vejo o mundo. A partir daquele momento, nada mais foi igual para mim. Um misto de revolta e impotência apoderou-se de mim, e quase chorei por dentro. O drama, o horror, a tragédia...

O que se passou foi o seguinte. No prédio onde eu laboro, existem dois elevadores e, tendo em conta que o escritório onde ostento uma secretária é num quinto andar, costumo utilizar frequentemente os ditos cujos. Ora, ontem, estava eu descansado da minha vida a preparar-me para ir almoçar, chamo o elevador, entro no elevador, carrego no botão do rés-de-chão, a porta fecha e, de repente, o meu nariz descobre algo. Semi-cerro os olhos, dou duas ou três narinadelas, e faço um primeiro diagnóstico da situação - cheirava a bufas! No primeiro instante cobri simplesmente o nariz com a mão e comecei a rir. Um qualquer malandro ou malandra do prédio largou um gás pestilento no ascensor para amaldiçoar o desgraçado que tivesse a infelicidade de necessitar de subir ou descer. O desgraçado era eu, e até já contava vingar-me numa próxima. Todos nós já largamos uma bufa no elevador e fugimos apressadamente para lixar o próximo. Eu próprio estou sempre a fazê-lo, sempre com sucesso. Mas, de seguida, chegou o medo. Ainda faltavam quatro andares e tudo podia acontecer. Comecei a tremer, desesperadamente tentei sacudir o odor, "e se o elevador pára antes de chegar ao rés-do-chão e entra alguém??? De certeza pensam que fui eu e fico com má imagem no prédio...". Escusado será dizer que entrou uma senhora... no segundo andar. Podia ter entrado um homem e até podia achar graça à situação, rir-se, gozar por dentro, contar histórias aos amigos sobre um jovem bem bonito que tinha largado uma bomba atómica no elevador e riam todos juntos enquanto bebiam umas cervejas e comiam uns caracóis. Mas não, entrou uma senhora! Cerca de 40 anos, aspecto carrancudo, com ar de executiva, pasta em uma das mãos e telemóvel, daqueles que tira fotos, faz vídeos, cozinha, passa a ferro, e tem acesso ao Facebook, na outra. A porta abriu, saímos os dois, fiquei para trás e vi-a entrar num carro de uma empresa de consultoria sediada longe dali. Era apenas uma senhora que tinha vindo a uma reunião e o risco de a voltar a encontrar não seria muito grande.

Moral da história: na realidade existem várias morais nesta história. E vou enumerá-las.

1º - Cuidado ao entrarem num ascensor. Antes de iniciarem a viagem, façam o reconhecimento do local. Se cheirar mal, apanhem o próximo.

2º - Se costumam largar umas bufinhas no elevador, tenham cuidado. Aquilo nem sempre segue as leis da física e pode abrir inesperadamente, entrar a mulher dos vossos sonhos e não ficar nada impressionada. 
(Atenção, para todos aqueles que interpretam "impressionar" com uma bufa poderosa, daquelas que o cheiro arrepia os pêlos do corpo e cria lágrimas nos olhos - as mulheres não gostam disso.)

3º - Se a senhora que estava no elevador e ficou com ideias erradas estiver a ler isto, garanto-lhe que não fui eu. Eu, por norma, até cheiro bem, tomo banho e uso aquelas coisas para deixar o corpo bem cheiroso e até gostoso. 

4º - Não larguem presentes ao próximo. Porque o próximo posso ser eu e a minha última experiência alertou-me para os perigos dessa vida.

Um bom fim-de-semana para todos, minis, caracóis, Wimbledon, Tour, e muita chuva!

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Le Tour, mes amis, Le Tour

por Marquês, em 03.07.12
Para todos aqueles que gostam de ciclismo, e também para os que gostam dos contos de Astérix e Obélix, ou ainda para aqueles que dizem ser Crixus o seu personagem favorito de Spartacus, e ainda para os que acham a Brigitte Bardot uma das mulheres mais elegantes de sempre, aqui vai uma sugestão: Le Tour de France.

Sem Contador e sem Andy Schleck, que seriam à partida os principais candidatos à vitória, o Tour deste ano pode ter um vencedor inesperado e muitas surpresas. Para além disso, tem dois atractivos nativos deste cantinho: Sérgio Paulinho e Rui Costa.

Aconselho ainda que atirem uma vista de olhos (atenção, isto é apenas um trocadilho, não tentem fazer isto em casa pois se vocês atirarem uma vista de olhos podem ficar cegos e eu não vou comprar cães-guias para ninguém...) ao site da Eurosport. O Diário do Tour é escrito pelos ciclistas portugueses em prova, com a sua opinião e a sua visão da prova. Até dá para fechar os olhos e sentir o banco desaparecer de baixo do rabo à medida que nos preparamos para atacar a subida ao Tourmalet (ou talvez não, talvez já esteja a exagerar). Mas é bastante interessante, uma visão mais própria e vinda de dentro para fora. Entretanto, fazer figas por pelo menos uma vitória portuguesa numa etapa e num top10 para o nosso amigo Rui Costa. E também estou a torcer pelo Peter Sagan, gostei de ver a raça do jovem na primeira etapa. C'est Le Tour!

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