Antes de falar sobre o microfone e mesa de mistura na fotografia que roubei de um site brasileiro, vou-me debruçar sobre o título deste texto. Baseado na saga "Regresso ao Futuro", decidi nomear este texto de "Regresso ao passado". Porque, ao contrário de Doc Brown, eu não entrei numa lata com rodas rumo a uma data em específico, apenas revivi experiências que já tinha vivido em tempos. Mas achei engraçado usar este título, peço desculpa por isso.
Este Domingo, entrando na festa da Taça de Portugal, convidaram-me para fazer um relato de um jogo de futebol da equipa amadora ou semi-profissional (não tenho bem a certeza) aqui da minha zona contra uma equipa da Primeira Liga. E lá fui eu, a reviver passadas de um jovem Marquês Francisco, que tantas vezes foi àquele estádio e a outros campos no Algarve para levar até aos ouvintes todas as incidências de uma partida de futebol de cariz distrital. Desde logo reparei que no Domingo era diferente. Afinal de contas, não era Distrital ou Campeonato Nacional de Seniores, tratava-se de um jogo da Taça de Portugal frente a uma equipa do escalão máximo do futebol em Portugal! Tratei de pedir a devida credencial e lá fui eu. O relato que eu fiz passou numa rádio online com poucas condições, pelo que, o material de que eu dispunha em nada se assemelhava ao da fotografia ilustrativa. Eu estava munido de um Nokia com uma década de existência, um cronómetro, uma folha de papel e uma caneta. Ao meu lado estavam dois repórteres de outras rádios com microfones, fones e aparelho para a transmissão, computadores portáteis, enfim, material a sério.
Mas o cheiro a relva, o público nas bancadas, os pontapés no esférico e os insultos ao senhor do apito estavam lá e isso é, para mim, o mais importante num jogo de futebol. Quanto a mim, não posso dizer que tenha feito um mau trabalho, o meu velhinho Nokia ainda está para as curvas! Senti a língua presa, falta de ritmo a acompanhar as movimentações dos jogadores e da bola, os olhos perdidos em pormenores que nem sempre deviam merecer a minha atenção enquanto repórter. Contudo, acho que correu bem e senti-me feliz no final. Uma parte de mim sentia saudades daquilo. Um Domingo a recordar os bons velhos tempos com um prémio no final: a sala de imprensa estava munida de camarão e minis! Viva a Festa da Taça!!!