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Aqui, o Marquês filosofa sobre a vida e a existência de esquilos voadores. Às vezes, o Marquês está bêbedo e refere-se a si na terceira pessoa. Sintam-se em casa, mas não coloquem os pés no sofá.
Estávamos à porta do escritório – a dita sala de fumadores ao ar livre com dois cinzeiros de pé, quando uma das senhoras que faz a limpeza do complexo empresarial se aproximou para limpar o cinzeiro.
Muito educada, cumprimentou-nos e pediu licença para esvaziar o dito. Ao que a minha colega comenta “espere só um segundo para eu apagar o meu cigarro e não sujar já o que está a limpar”.
E a senhora, com um sorriso natural, limpa o cinzeiro e diz “não tem mal, se vocês não sujarem eu não tenho trabalho”.
Fiquei sem reacção.
Naquelas parcas palavras vi uma mulher trabalhadora, com um trabalho mais duro que o meu, que encara as adversidades com um sorriso na cara e de mangas arregaçadas. A humildade e simpatia com que nos brindou foi, para mim, uma lição de vida. Afinal de contas, sou um felizardo por trabalhar na minha área e receber o suficiente para pagar as contas ao final do mês.
Hoje voltei a encontrar a senhora, no seu andar seguro e despachado. Cumprimentando todos com um sorriso e um bom dia, sejam directores ou moços de recados, mesmo que não receba resposta. Desejei-lhe um bom dia sincero, na esperança que o meu sorriso meio trapalhão possa transmitir o respeito que de mim tem.
E a vocês, um bom dia!