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Aqui, o Marquês filosofa sobre a vida e a existência de esquilos voadores. Às vezes, o Marquês está bêbedo e refere-se a si na terceira pessoa. Sintam-se em casa, mas não coloquem os pés no sofá.
Tenho tendência para criar uma imagem de macho. As pessoas olham para mim e dizem: ali está um macho! Um gajo com barba cerrada, cabelo despenteado "à estou-me a borrifar", olhar confiante, pêlos a saltar do decote da camisa, blazer desportivo, alienado dessa coisa dos feelings, sorridente, sempre pronto a mandar uma piadola e sem medo de assumir a palavra perante superiores ou desconhecidos.
Eis que, o macho foi atacado por uma gripe. Sempre pensei que iria falecer numa arena rodeado de corpos de gladiadores atravessados pelo meu machado no chão ou na selva a proteger uma donzela de um urso pardo. Mas não, parece que o meu calcanhar de Aquiles é a gripe. Ando há dois dias meio adormecido entre as dores no corpo e as drogas a que chamam comprimidos.
Sem faltar ao trabalho, que para me agarrarem à cama tinham de fazer mais que inflamar-me a garganta ou passar-me a ferro com um rolo compressor, cá estou eu no escritório a beber um chá…
Fiz duas investidas para fazer o chá. Da primeira vez estava gente na cozinha e eu não ia meter água quente numa caneca à frente dos meus colegas, afinal de contas sou um macho. Da segunda vez lá me esgueirei, qual ninja, usei a água da chaleira que ainda estava quente, salpiquei a saqueta umas quatro ou cinco vezes até a água ganhar cor e voltei para a secretária. Pelo caminho encontrei uma colega.
- A fazer cházinho?
- Não, é para a X, sou um cavalheiro.
- Ah mas que bem.
Resultado, ofereci o chá à X e voltei lá para fazer um para mim…