Pois bem, é tempo de chegar à prometida (e aguardada) parte II deste tema que afecta toda a gente, e quase ninguém. Vou continuar na estrada e no trânsito caótico da Grande Lisboa.
Passadeiras. Quem foi o estúpido que inventou estes riscos na estrada? Isto é para gozar com alguém? A sério que pensaram que isto ia ser útil? Pois fiquem sabendo que as zebras são perigosas! É verdade! Perigosas! Causam acidentes! Causam atropelamentos! Causam muitas coisas! As pessoas não sabem porque raio existem riscos na estrada! Ninguém sabe como utilizar aquilo! Eu, e o meu colega da Covilhã, que me pagou 14 euros para colocar aqui uma referência a ele, andamos a reparar nisto há uns tempos.
Partindo de uma base lógica: sem passadeiras, as pessoas prestavam atenção ao trânsito e atravessavam em segurança. Com passadeiras: atiram-se à estrada na confiança de que nenhum carro lhe pode tocar naquele espaço. Sim, há pessoas que julgam que as passadeiras são escudos. Naqueles riscos gatafinhados na estrada, ninguém me pode tocar, todos os carros irão parar ao aproximar-se do meu escudo. É o esconderijo do jogo da apanhada! Enquanto ali estiver, pode o mundo desabar que eu vou sobreviver, ali! Taxistas a grande velocidade e camiões desgovernados vão esbarrar no escudo e eu vou sair imune, do outro lado da estrada. Estúpidos! E depois há aquelas pessoas que se jogam, inevitavelmente, para cima dos riscos, quando estão veículos a passar. O pára, escuta, olha para esquerda e para a direita, não existe mais quando se descobre a magia de saltar para a passadeira quando os carros estão a chegar. É um misto de perigo e estupidez que faz do mais cuidadoso condutor, um serial killer. E é contra essas pessoas que me revolto. Não me aconteceu nem uma, nem duas, nem três, nem quatro, nem não sei quantas vezes. Mas já aconteceu. Vou na estrada, tranquilamente, e há pessoas que vão a correr em direcção à passadeira só porque está um carro a chegar. Atrás não vem carro nenhum mas a pessoa quer passar na frente do carro e passear as calças novas. Já vi pessoas junto a passadeiras e podem estar lá meia hora, contudo, assim que um carro se aproxima, faz-se luz, a pessoa lembra-se o que estava a matutar há dois quartos de hora, a vontade de atravessar a estrada.
Por isso, e porque ninguém me impede, lanço aqui o apelo: vamos acabar com as passadeiras. No sítio onde eu nasci, se procura-se uma passadeira sempre que quisesse atravessar a estrada, tinha de fazer 4 km para ir à horta buscar uma alface. E nunca ninguém foi atropelado naquela estrada! E vamos deixar de ficar à beira da passadeira até passar alguém. Se eu vejo um indivíduo junto a uma passadeira durante cinco minuto, não estou à espera que a pessoa se jogue à estrada naquele preciso momento. Pode ser? Um abraço.
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