Uma fatia de pão e um copo de vinho

Diz-se que hoje é Dia Mundial do Livro. Pessoalmente, não gosto de datas. Sou daqueles liberais que dizem: "Natal é quando um homem quiser"! 

Contudo, e porque pretendo ser uma pessoa conectada ao mundo que me rodeia, tento informar-me sobre estas datas. Assim, devo desde já dizer que não aprecio esta data!

Agora que metade dos leitores já se foi embora e a outra metade está disposta a dar-me mais duas linhas enquanto ponderam, vou falar sobre coisas triviais como o tempo. Hoje está sol mas dão chuva para o fim-de-semana.

E neste momento já não devo ter leitores por aqui. Mas não desisto e escrevo até ao fim este raciocínio que vagueia na minha mente como uma pedra de gravilha solta numa betoneira vazia.

Porque raio não gosto do dia do livro? Porque é um dia espanhol! E eu sou patriótico e não sou hermano deles!

Os registos devem ser falsos mas os espanhóis acham que Cervantes (um espanhol qualquer que escreveu um livro de um fidalgo meio esgroviado que tinha um escudeiro que se chamava pança e que montava um burro) morreu no dia 23 de abril. Também por esta altura do mês faleceu Shakespeare (um pomposo que lançou o mito do "ser ou não ser" só porque se inspirou na frase da grande filósofa Lili Caneças que disse "estar vivo é o contrário de estar morto"), apesar dos ingleses antigamente usarem um calendário diferente e nem a Wikipédia saber ao certo o dia em que foi. E depois veio a UNESCO, possivelmente por cunha, estabelecer este dia como um Dia Mundial.

Quanto ao resto, gosto de livros, do cheiro do papel acabado de sair da prateleira de uma livraria, de folhear, de beber as letras como quem saboreia um bom vinho tinto, de entrar nas histórias como um poltergeist e imaginar as personagens e as roupas. Sou um apaixonado por livros, desde piquinalhas que devorava obras literárias como quem devora um tacho de caracóis. 

Neste momento estou a ler o segundo livro das Crónicas do Gelo e do Fogo (ou Guerra dos Tronos). Eu sei, já devia ter lido, mas não ando sempre com o livro comigo e às vezes o computador leva a melhor sobre mim. Sou um fraco.