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O desporto é maior que o desporto

por Marquês, em 06.09.16

Quem por aqui já passou duas ou três vezes deve saber que sou apaixonado por desporto. Adoro futebol - o ópio do povo português - mas também adoro atletismo, ténis, motociclismo, basketball (NBA é um espectáculo diferente do basquetebol), e graças a uns portugueses que têm a mania de se armar em espertos também gasto o meu tempo a ver judo, canoagem, ténis de mesa e por aí fora.

 

E o desporto é cada vez maior do que o desporto. (não fiquem a pensar que o Marquês pirou de vez. nada disso. continuem a ler, garanto não estar bêbedo e o médico diz que o meu grau de parvoíce não é grave... ainda)

 

Quando na final da maratona dos Jogos Olímpicos 2016 o atleta etíope que chegou em 2º lugar cruzou os braços (qual fã dos Xutos) deixou uma mensagem ao mundo. Os milhões de espectadores em todo o mundo que viram aquele sinal ficaram curiosos, fixaram aquele momento. Lilesa quis chamar a atenção para os graves crimes contra a humanidade que são cometidos todos os dias no seu país. Ele próprio admitiu que não podia voltar à Etiópia depois daquilo e pediu asilo ao Brasil. Um atleta medalhado olímpico que devia ser um herói no seu país com medo de regressar à sua pátria... há coisas estranhas de perceber. Mas Lilesa conseguiu alertar o mundo para os mais de mil mortos pelo governo etíope só em 2016!

 

Mais recentemente, um jogador de futebol americano chocou a grande nação dos Estados Unidos da América ao não se levantar durante o hino nacional. Os americanos, tão nacionalistas que fazem tocar o hino antes das provas desportivas - imaginem se tocasse "A Portuguesa" antes do Arouca - Paços de Ferreira, é isso - viram um desportista "desrespeitar" um momento nacional. Colin Kaepernick, um quarterback com quase 2 metros, nascido nos States com ascendência afro-americana, quis deixar uma forte mensagem (até já foi comentada pelo presidente Barack Obama) contra o racismo e a discriminação. Uma nação que defende a igualdade e, na opinião de Kaepernick, não o demonstra. A ele já se seguiu uma jogador de futebol, Megan Rapinoe, que não sendo negra é lésbica e também sente que existe essa discriminação - «Sendo gay nos EUA, sei o que é olhar para a bandeira e sentir que as nossas liberdades não são protegidas». Rapinoe ao serviço do seu país já foi campeã mundial e olímpica de futebol.

Outros desportistas se estão a juntar também a este protesto.

 

 

 Em jeito de curiosidade, Kaepernick nem era dos mais badalados da sua equipa e actualmente as camisolas com o seu nome são as mais vendidas.

 

O desporto é cada vez maior que o desporto e muitos desportistas são verdadeiros activistas sobre os direitos humanos e a igualdade. Um gesto replicado milhões de vezes com o objectivo de chamar a atenção para graves situações que merecem menos atenção por parte dos media que um gatinho a saltar com medo de um pepino. Sim, porque mil pessoas assassinadas por um governo ou a opressão e discriminação de género ou raça merecem menos atenção que um Pantufas a fugir de uma planta...

 

(agora a sério, é hilariante, viram como os gatos saltam quando se aproximam de um pepino? ahahahah tão cómico)

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Este estudo mete tudo à prova

por Marquês, em 05.10.15

A Faculdade de Motricidade Humana apresentou um estudo que conclui: "os alunos que fazem exercício físico têm melhores resultados escolares".

 

Brincalhões! Toda a gente sabe que os gordos caixa-de-óculos e marrões é que tiram boas notas! Aqueles que passam o intervalo a jogar à bola e a mandar biqueiros nos gordos caixa-de-óculos e marrões, vulgo bullies - mandar biqueiradas em gordos é exercício físico -, têm más notas e chumbam.

 

Qualquer dia dizem que os desportistas têm cursos universitários e até sabem ler... Ahahah, brincalhões!

 

Imagem1.jpg

 

(in: abola.pt - Tarantini, jogador de futebol profissional, tem um mestrado. Outros desportistas como Arnaldo Abrantes - atletismo, Miguel Oliveira - motociclismo, Telma Monteiro - judo... também têm/estão a tirar licenciaturas e pós-graduações e mestrados)

 

 

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Seixal a render milhões, outra vez

por Marquês, em 21.01.15

A partir de hoje vou tentar colocar um post matinal sobre desporto.

 

E nada melhor que começar com uma vitória lusa. João Sousa, o melhor tenista português de todos os tempos, beneficiou da desistência de Klizan para avançar para a terceira ronda do Australian Open, pela primeira vez. Iguala assim o melhor registo de um tenista português na Austrália (Frederico Gil também chegou à terceira ronda em 2012)! O vimaranense estava a vencer (4-6, 7-6, 6-4, 1-0) e marca encontro com Andy Murray, número 6 mundial. Vai ser o quarto encontro entre ambos e, até agora, o João Sousa nunca conseguiu vencer um set ao escocês. Tarefa difícil mas nada impossível. É desta. Força João!

 

No Seixal, o presidente do Benfica continua a apregoar o investimento realizado e a garantir aos cegos e surdos que o futuro do clube passa por ali. E por essas razões, venderam o Bernardo Silva ao Monaco, por 15,75 Milhões de Euros. Bom negócio? Pelos valores, talvez, são números altos para um jovem de 20 anos. Para o futuro do Seixal e dos jogadores portugueses, é apenas mais uma prova que em Portugal o que é nacional não presta. André Gomes rendeu 15 Milhões, tinha poucas oportunidades, diziam que era lento e tinha muito que crescer. Em poucos meses cresceu e tornou-se titular indiscutível no campeonato espanhol e na selecção nacional. O Nélson Oliveira, o João Cancelo, o Ivan Cavaleiro, foram apontados como futuros bons jogadores, produtos do Seixal e foram emprestados sem perspectivas de regresso. O João Teixeira e o Gonçalo Guedes, que o Jesus já veio elogiar, arrisco-me a pensar que nunca serão titulares no Benfica. Pelo menos neste Benfica. Para o treinador, os jovens não têm nacionalidade mas existe uma diferença entre os que cresceram no Seixal e os que cresceram noutro sítio qualquer. Ou se mudam os treinadores da formação ou se muda o discurso do presidente porque a fórmula actual só é boa para quem decide comprar no Seixal.

 

Foto do site Record.xl.pt

 Foto retirada do jornal Record Online.

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Entre praia e uma casa antiga

por Marquês, em 30.07.12
Este fim-de-semana dei por mim a absorver cultura à bruta! Vivi o sacrifício de acordar cedo ao fim-de-semana, fugi às praias e aos centros comerciais e fui absorver cultura à bruta! Museus, palácios e paisagens, foi spectacular!

Vivo na capital há ano e meio e só agora aproveitei para recordar alguns espaços, ver outros pela primeira vez, viver um pouco da história de todos nós. Até fui ver a colecção do Berardo! E terminei no novíssimo Museu Nacional do Desporto. No final, aquele sentimento agri-doce que arrepia a espinha. Orgulho no meu país, orgulho nos feitos dos portugueses, orgulho nas peças que vi, orgulho em ser compatriota de quem construiu e de quem combateu e de quem ergueu e de quem viveu, orgulho em ser compatriota de Vasco da Gama e de Moniz Pereira, de D. João I e de Ricardo. E uma tristeza imensa em ver tanta obra a precisar de restauro, tanta obra esquecida pelo povo, tanto pedaço de história que nenhum português conhece. Visitei um palácio, quatro museus e um jardim sem gastar um cêntimo. E vou repetir a viagem brevemente, e visitar o que não tive tempo. 

Sinto que aqueles espaços deviam estar cheios de gente a comentar sobre as peças e vibrar ao ouvir a história da nau "Vasco da Gama" ou do regícidio de D. Carlos I e do infante D. Luís Filipe. As obras cuidadas, restauradas, e sempre a "sorrir" para o visitante. Enfim, faltava algo.

Entretanto, fica a frase da jornada, pela voz de um amigo: "Devíamos ter um cartão Relvas. Em cada museu carimbavam o cartão e no final tínhamos uma licenciatura em História!". Ainda não pedi equivalência mas pode ser que obtenha um 11.

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Rui Costa, um ciclista português

por Marquês, em 15.06.12
Ser português é dizer que se gosta de Portugal de boca cheia e falar mal de Portugal com a boca vazia, e as mãos vazias e os bolsos vazios e a consciência vazia...

Rui Costa, o ciclista, já merecia uma condecoração igual à que dezenas de "trambolhos" já receberam. Por "trambolhos" falo de homenzitos que sabem dar pontapés numa bola e são adorados por milhares de pessoas como se fossem deuses e que, vendo bem, nunca chegam a ser ninguém na vida. Subentenda-se que, por "trambolhos", não falo de Figos ou Ronaldos ou Eusébios... "trambolhos" são aqueles moços que um dia tiveram a sorte de ter alguém que os colocou no lugar certo à hora certa, sem mérito. Cristiano Ronaldo, Figo, Eusébio e muitos outros tiveram mérito, os "trambolhos" não.

Rui Costa, não o Maestro (que eu idolatro solenemente como um dos melhores médios ofensivos do futebol mundial! e português! e benfiquista!), mas o miúdo que anda de bicicleta, é camisola amarela na emblemática Volta à Suíça, a duas provas do fim. Os mais cépticos dizem que é sorte, os mais ignorantes dizem que não é o Tour, os mais racionais dizem que é um grande feito para o ciclismo português. Eu sou racional, às vezes, e neste momento acho que Rui Costa é um gajo infeliz. Não é infeliz por ser ciclista ou por ser português ou por nunca ter ganho um Tour ou por correr numa equipa sem os fundos das líderes do pelotão internacional ou por não ter batoladas de patrocinadores atrás dele. Rui Costa é infeliz por ser ciclista, português, nunca ter vencido um Tour, correr numa equipa sem os fundos das líderes do pelotão internacional e não ter batoladas de patrocinadores atrás dele. Em suma, Rui Costa não sabe, mas é infeliz. Contudo, à sua maneira, Rui Costa é um grande Homem e pode muito bem vir a ser um ídolo do ciclismo português. Um exemplo que poucos irão ponderar em seguir e que apenas um ou dois irão conseguir...


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