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Aqui, o Marquês filosofa sobre a vida e a existência de esquilos voadores. Às vezes, o Marquês está bêbedo e refere-se a si na terceira pessoa. Sintam-se em casa, mas não coloquem os pés no sofá.
Quem por aqui já passou duas ou três vezes deve saber que sou apaixonado por desporto. Adoro futebol - o ópio do povo português - mas também adoro atletismo, ténis, motociclismo, basketball (NBA é um espectáculo diferente do basquetebol), e graças a uns portugueses que têm a mania de se armar em espertos também gasto o meu tempo a ver judo, canoagem, ténis de mesa e por aí fora.
E o desporto é cada vez maior do que o desporto. (não fiquem a pensar que o Marquês pirou de vez. nada disso. continuem a ler, garanto não estar bêbedo e o médico diz que o meu grau de parvoíce não é grave... ainda)
Quando na final da maratona dos Jogos Olímpicos 2016 o atleta etíope que chegou em 2º lugar cruzou os braços (qual fã dos Xutos) deixou uma mensagem ao mundo. Os milhões de espectadores em todo o mundo que viram aquele sinal ficaram curiosos, fixaram aquele momento. Lilesa quis chamar a atenção para os graves crimes contra a humanidade que são cometidos todos os dias no seu país. Ele próprio admitiu que não podia voltar à Etiópia depois daquilo e pediu asilo ao Brasil. Um atleta medalhado olímpico que devia ser um herói no seu país com medo de regressar à sua pátria... há coisas estranhas de perceber. Mas Lilesa conseguiu alertar o mundo para os mais de mil mortos pelo governo etíope só em 2016!
Mais recentemente, um jogador de futebol americano chocou a grande nação dos Estados Unidos da América ao não se levantar durante o hino nacional. Os americanos, tão nacionalistas que fazem tocar o hino antes das provas desportivas - imaginem se tocasse "A Portuguesa" antes do Arouca - Paços de Ferreira, é isso - viram um desportista "desrespeitar" um momento nacional. Colin Kaepernick, um quarterback com quase 2 metros, nascido nos States com ascendência afro-americana, quis deixar uma forte mensagem (até já foi comentada pelo presidente Barack Obama) contra o racismo e a discriminação. Uma nação que defende a igualdade e, na opinião de Kaepernick, não o demonstra. A ele já se seguiu uma jogador de futebol, Megan Rapinoe, que não sendo negra é lésbica e também sente que existe essa discriminação - «Sendo gay nos EUA, sei o que é olhar para a bandeira e sentir que as nossas liberdades não são protegidas». Rapinoe ao serviço do seu país já foi campeã mundial e olímpica de futebol.
Outros desportistas se estão a juntar também a este protesto.
Em jeito de curiosidade, Kaepernick nem era dos mais badalados da sua equipa e actualmente as camisolas com o seu nome são as mais vendidas.
O desporto é cada vez maior que o desporto e muitos desportistas são verdadeiros activistas sobre os direitos humanos e a igualdade. Um gesto replicado milhões de vezes com o objectivo de chamar a atenção para graves situações que merecem menos atenção por parte dos media que um gatinho a saltar com medo de um pepino. Sim, porque mil pessoas assassinadas por um governo ou a opressão e discriminação de género ou raça merecem menos atenção que um Pantufas a fugir de uma planta...
(agora a sério, é hilariante, viram como os gatos saltam quando se aproximam de um pepino? ahahahah tão cómico)
A Faculdade de Motricidade Humana apresentou um estudo que conclui: "os alunos que fazem exercício físico têm melhores resultados escolares".
Brincalhões! Toda a gente sabe que os gordos caixa-de-óculos e marrões é que tiram boas notas! Aqueles que passam o intervalo a jogar à bola e a mandar biqueiros nos gordos caixa-de-óculos e marrões, vulgo bullies - mandar biqueiradas em gordos é exercício físico -, têm más notas e chumbam.
Qualquer dia dizem que os desportistas têm cursos universitários e até sabem ler... Ahahah, brincalhões!
(in: abola.pt - Tarantini, jogador de futebol profissional, tem um mestrado. Outros desportistas como Arnaldo Abrantes - atletismo, Miguel Oliveira - motociclismo, Telma Monteiro - judo... também têm/estão a tirar licenciaturas e pós-graduações e mestrados)
A partir de hoje vou tentar colocar um post matinal sobre desporto.
E nada melhor que começar com uma vitória lusa. João Sousa, o melhor tenista português de todos os tempos, beneficiou da desistência de Klizan para avançar para a terceira ronda do Australian Open, pela primeira vez. Iguala assim o melhor registo de um tenista português na Austrália (Frederico Gil também chegou à terceira ronda em 2012)! O vimaranense estava a vencer (4-6, 7-6, 6-4, 1-0) e marca encontro com Andy Murray, número 6 mundial. Vai ser o quarto encontro entre ambos e, até agora, o João Sousa nunca conseguiu vencer um set ao escocês. Tarefa difícil mas nada impossível. É desta. Força João!
No Seixal, o presidente do Benfica continua a apregoar o investimento realizado e a garantir aos cegos e surdos que o futuro do clube passa por ali. E por essas razões, venderam o Bernardo Silva ao Monaco, por 15,75 Milhões de Euros. Bom negócio? Pelos valores, talvez, são números altos para um jovem de 20 anos. Para o futuro do Seixal e dos jogadores portugueses, é apenas mais uma prova que em Portugal o que é nacional não presta. André Gomes rendeu 15 Milhões, tinha poucas oportunidades, diziam que era lento e tinha muito que crescer. Em poucos meses cresceu e tornou-se titular indiscutível no campeonato espanhol e na selecção nacional. O Nélson Oliveira, o João Cancelo, o Ivan Cavaleiro, foram apontados como futuros bons jogadores, produtos do Seixal e foram emprestados sem perspectivas de regresso. O João Teixeira e o Gonçalo Guedes, que o Jesus já veio elogiar, arrisco-me a pensar que nunca serão titulares no Benfica. Pelo menos neste Benfica. Para o treinador, os jovens não têm nacionalidade mas existe uma diferença entre os que cresceram no Seixal e os que cresceram noutro sítio qualquer. Ou se mudam os treinadores da formação ou se muda o discurso do presidente porque a fórmula actual só é boa para quem decide comprar no Seixal.
Foto retirada do jornal Record Online.