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Há fazer inquéritos e fazer asneira

por Marquês, em 06.05.15

Hoje vou servir de professor e educar os jovens que por aqui passam.

 

Uma pessoa, a realizar um MESTRADO, sim, escrevi mestrado em maiúsculas para vos obrigar a reparar nesse grande pormenor, enviou um inquérito para a empresa onde laboro para ajudar na sua tese.

 

Até aqui tudo bem. Nós já passamos pela universidade, muitos já realizaram inquéritos para trabalhos ou teses e é bonito ajudar um/a jovem que está a caminho do desemprego.

 

Mas, e há sempre um mas, por obra e graça de todos os deuses de Valhalla (a terceira temporada de Vikings está estupidamente fantástica!!!) tenham acerto no inquérito que fazem!

 

Isto porque o inquérito que originou este texto tem mais de 150 perguntas (!) de escolha múltipla - para classificar de 1 a 5 entre muito mau e muito bom - e muitas perguntas são redundantes ou repetitivas. Chega a ter quatro questões para o mesmo tema. Será o objectivo saber se nós mantemos a mesma convicção perante a mesma questão mas por outras palavras??? Já para não falar de erros de sintaxe e perguntas mal elaboradas. Erros crassos, meus amigos, enormes erros crassos. 

 

Escusado será dizer que não vou responder. Até posso ter tempo mas não tenho paciência. Esta pessoa está a um pequeno passo de ter mais habilitações literárias que eu, ou seja, na mesma função que eu pode reclamar ordenados superiores, e faz-me um testamento em forma de inquérito de escolha múltipla. E quem foi o génio de professor orientador que encoraja uma coisa destas? Não quero generalizar e dizer que o ensino em Portugal é mau mas...

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Haja política e ensino neste país, sff

por Marquês, em 12.07.12
Raramente falo de política. E tenho razões, que são minhas e são válidas, e que acho por bem partilhar convosco. Em primeiro lugar, confesso que não percebo nada de política, talvez exista mais alguns temas que não compreenda, mas de política nada percebo. E em segundo lugar, porque em Portugal não existe política, nem tão pouco políticos. Se calhar isso ajuda a perceber a situação actual do país, não há políticos, não há gestores, não há economistas, não há engenheiros... Não, meus amigos, não estou a dizer uma idiotice de todo o tamanho, estou simplesmente a ironizar. Eu sei perfeitamente que em Portugal há políticos, gestores, economistas e engenheiros, alguns de qualidade tal que posso afirmar serem dos melhores do mundo. Contudo, não estão onde nós, reles povo, gostaríamos. No Governo, os políticos são quase inexistentes. Eu posso pegar num estetoscópio que isso não faz de mim um médico (Perceberam a metáfora? Genial, não é ? Ultimamente ando muito forte em metáforas!).

Há tempos, estive sem trabalho. Licenciado, maior de idade, teso que nem um carapau, sem trabalho. Já tinha trabalhado, já tinha feito descontos, já tinha estado a contrato. Nunca tinha trabalhado mais de quatro meses seguidos a contrato. Ao que parece, não cheguei a averiguar a fundo porque entretanto arranjei trabalho, precisava de ter cumprido um contrato superior a seis meses para receber subsídio de desemprego. Resumindo, não tinha habilitações para ser desempregado. Nesse momento comecei a ver o Governo com outros olhos. O nosso primeiro-ministro, ao que consta, pouco trabalhou na vida (exercendo cargos para os quais não tinha aparentes habilitações), tirou uma licenciatura em Economia, aos 37 anos (!) e é o "chefe" de um país. O anterior, cujas actividades laborais também são duvidosas e pouco consistentes, tirou uma licenciatura em Engenharia, num dia em que a Universidade até deveria estar fechada... Não sou inspector da PJ nem Juiz mas consigo perceber que, em Portugal, qualquer um pode fingir ser o que quiser. Eu, leigo, não vejo onde economia e engenharia ensinam política.

Antigamente, um jornalista em Portugal era um nabo, um rejeitado, um desajeitado. É verdade. Editores, chefes de redacção, repórteres, cujos cursos variavam entre arquitectura e ciências. Sem emprego na sua área, surgia o jornalismo, qual El Dorado, e uma carreira de sucesso. Gente que algum valor teria, que até sabiam redigir um texto, mas que nunca estudaram jornalismo na vida. Na política também sofremos desse mal. Lecciona-se Política em certas universidades, públicas inclusive, mas a maioria dos "políticos" que vemos na televisão, são nabos, rejeitados ou desajeitados de outras áreas. E lembrei-me disto porque o ministro dos assuntos parlamentares, dos poucos que até poderia dizer ter estudado Política, conseguiu tirar uma licenciatura de três anos em apenas um - ao que um ignorante diria "é sobredotado"!

Das duas, uma: ou o ensino em Portugal anda todo trocado, ou então Portugal é governado por sobredotados...

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A problemática da ciência exacta

por Marquês, em 14.06.12
Pelas minhas contas (e desde logo tenho medo que muitos leitores deste blogue não consigam perceber o palavreado por mim escolhido), não é só a selecção nacional de futebol que tem problemas a nível das contas.

82% de negativas a Matemática na garotagem que passeia pelo 9.º ano do ensino português é aborrecido. Digo isto porque sempre gostei dessa que é a verdadeira ciência exacta e mestre da lógica. Não há cá respostas incompletas ou meio certas, ou está certo ou errado. Aliás, uma das maiores desilusões da minha infância, a par da mão do Abel Xavier no Euro2000, foi um Suficiente Mais nessa dita disciplina. Sempre fui do contra e como é normal não gostar de matemática, eu gostava. Obviamente, cheguei a ser insultado por dizer que gostava de matemática, tal como fui gozado por gostar de bróculos e apupado por gostar de usar um maiô justinho para fazer ginástica - as crianças são terríveis.


Contudo, este aborrecimento é preocupante para o futuro, a curto e longo prazo. A longo prazo temo que os jovens de hoje não consigam perceber quanto devem ao banco ou porque raio existe um tracinho no saldo bancário. E a curto prazo temo que 82% dos jovens portugueses não consigam perceber as probabilidades de Portugal chegar aos quartos-de-final do Euro2012. É que se Portugal ganhar e a Dinamarca ganhar, Portugal tem de marcar mais golos que os nórdicos para passar e até pode ficar em primeiro lugar do grupo mas depois também existe a Alemanha que ganhou a Portugal e tem uma diferença de golos de dois golos. Mas se Portugal perder e a Dinamarca perder ficam três equipas empatadas com três pontos mas se Portugal só perder por um golo de diferença passa na mesma. Mas depois Portugal também pode empatar e se a Dinamarca empatar ficam com os mesmos pontos e com os mesmos golos mas Portugal passa porque ganhou à Dinamarca com um golo do camisola 18... Nesta brincadeira toda, se ficarem três equipas empatadas com os mesmos pontos, só há festejos quando sair o calendário oficial com os jogos dos quartos-de-final...

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