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Primeira vez num estádio

por Marquês, em 25.11.12
Depois de um interregno legítimo, por preguiça, estou de regresso a este sítio virtual. E só por ser para vocês, já tenho aqui gatafunhos preparados para os próximos dias, de modos que este blogue vai ter mais acção do que nunca! Vejam a classe com que eu me escusei a fazer piadas sobre futebol, celebridades ou pedofilia, isto, amigos meus, é a classe que me distingue dos reles comediantes e bloguistas deste país. Mais tarde vocês irão agradecer-me.

Pois bem, recentemente tinha comentado a minha ida ao Estádio da Luz para ver o Benfica 2 - 0 Spartak Moscovo onde, sem qualquer honra, injuriei um sujeito de apito ao canto da boca. E então, para me redimir, voltei lá para ver o jogo com o Celtic e tentei não ofender ninguém. Posso dizer que foi uma missão quase bem sucedida. Mas não é isso que interessa. O facto de ter lá ido com um grupo de amigos que nunca tinham entrado num estádio de futebol fez-me pensar na minha primeira vez... ups, peço desculpa pela piada sexual, primeira vez que fui a um estádio de futebol, para ver um grande jogo.

2005, Estádio do Algarve, Algarve, Estoril contra Benfica. O Estoril, numa manobra estranha, deslocou o jogo para o Algarve, possivelmente por motivos de bilheteira. E então, lá fui eu e o meu progenitor, bater 90km para ver o SLB. Confesso que estava nervoso. Era a primeira vez na minha vida que ia ver o Benfica e era a primeira vez que via o Benfica jogar futebol e não matraquilhos. Apesar do adversário ser fraco, estava nervoso, expectante, entusiasmado. Levei a minha camisola, dessa época, e no estádio o meu pai quis oferecer-me um cachecol, que eu ainda guardo e que levo a todos os jogos. Chegamos em cima da hora e nunca mais esqueci aquele momento, a entrada nas bancadas. 30 mil pessoas de pé a cantarem "Benfica", cachecóis e bandeiras no ar, as equipas entram em campo e um ruído ensurdecedor, não conseguia parar de sorrir, esperei por aquele dia 16 anos, os jogadores passeavam a umas belas dezenas de metros de distância mas eu sabia que eles eram, delirei com os primeiros toques da bola, vibrei com o público a cantar pela equipa, disse palavrões quando o Estoril fez o 1-0, bati palmas quando expulsaram o primeiro jogador do Estoril, ri sempre que o árbitro olhava para o Simão antes de apitar uma falta, saltei e gritei e esbracejei e fiz parte da festa dos dois golos das Águias! Contudo, o maior momento da noite foi a entrada de um jogador excepcional, diferente de todos os que vi jogar até hoje: Pedro Mantorras! Presumo que ninguém no estádio tenha ficado sentado aquando da sua entrada, tudo de pé a bater palmas ao mais promissor avançado que passou pelo Benfica nos últimos 23 anos. São momentos que só se vivem uma vez. Eu vivi, naquele dia, uma das melhores experiências da minha vida.

Para animar a festa, ainda guardo o cachecol! Esteve comigo na recepção ao Spartak, na recepção ao Celtic, no 3-0 ao Porto na Taça da Liga, no 5-2 ao Rio Ave há duas épocas e em muitos mais jogos. Aquele cachecol merecia um camarote no Estádio da Luz, sempre que lá vai, o Benfica ganha! Já enviei duas cartas e sete e-mails para o departamento de marketing mas ainda não obtive resposta, é uma pena, seria a garantia de vitória em todos os jogos (acrescento que não consegui ir ver o jogo com o Barcelona nem os últimos jogos com o Porto e aproveito para pedir desculpas a todos os benfiquistas).

E por tudo isso e muitos mais, "Não percam o próximo texto, porque eu, também não!" (pequena adaptação do melhor anime de todos os tempos, este senhor dava uma excelente Voz para a Casa dos Segredos). Bem-haja amigos, boa semana!

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Eu aqui me confesso

por Marquês, em 09.11.12
Venho aqui confessar, perante este enorme público que visita este espaço de poesia em prosa, que fui um dos indivíduos que perturbou o bem-estar no Estádio da Luz na passada quarta-feira, 7 de Novembro, no jogo que opôs o Sport Lisboa e Benfica ao Spartak de Moscovo. Eu, e outro amigo, vou chamar-lhe Arnaldo, nome fictício. Ora, eu e o Arnaldo, embriagados com uma imperial comprada numa roulotte nas imediações do Estádio, não conseguimos segurar o nosso ímpeto animalesco e desatámos a ofender pessoas.

Tudo se passou ao minuto 51, ou uma coisa assim, quando o Benfica, num lance de ataque elegante, organizado e educado, chegou ao golo por intermédio de Oscar "Tacuara" Cardozo. Pois bem, o sujeito do apito, apitou e anulou um golo que seria limpo. Nisto, eu levanto-me do meu lugar, jogo os braços a eito em direcção ao céu, e exclamo a plenos pulmões: "Corno!". 36 mil pessoas no Estádio prontas a gritar golo e o árbitro não deixa que as pessoas façam a festa. Enervei-me. De seguida, o Arnaldo grita bem alto: "Cretino!!!", e os insultos prosseguiram, "Malandro", "Patife", foi um momento feio de viver. Penso que estavam crianças nas redondezas que não precisavam de ouvir tamanhas injúrias. Um deles ainda nem conseguia atar os cordões. Aqui peço desculpa a todos os que estavam por perto, aos que estavam longe, aos que queriam estar, aos que não estavam, e aos outros também. Menos aos adeptos do Spartak porque estavam do outro lado do Estádio e não falavam português.

Como é óbvio, e esta história é verídica, as pessoas atrás de nós desataram a rir. O português gosta muito de uma observação ofensiva proferida em direcção a alguém cuja profissão é alvo de chacota. 

No final o Tacuara marcou mais dois e ainda se deu ao luxo de falhar uma grande penalidade. É para aprender senhor árbitro, seu cretino! E pronto, peço novamente desculpa, lembrei-me do senhor e fiquei ligeiramente exaltado. O Benfica ganhou e ficou tudo bem no final. Prometo não voltar a injuriar um árbitro num jogo Benfica - Spartak que se realize nos próximos trinta dias. Aqui fica a promessa que tenciono cumprir. Atitudes destas não revelam a boa educação que me foi dada pelos meus pais. Eu até costumo ser bastante calmo...

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