C'um caneco!
Confesso que não perdi tempo com aquele drama da cor do vestido.
Ok, sou um gajo, não ligo a cores e muito menos a vestidos (excepto se houver uma modelo dentro do vestido, aí as opiniões divergem).
Mas uma ilusão de óptica que mete um gato e uns degraus, vou ajudar à viralidade da coisa.
Cá para mim, acho que ele está a descer...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Ai os Franquelins desta vida. Num país de fachada, existe ainda alguém que acredite em política? No Governo há muito que ninguém acredita, aliás, é comum dizer-se que o povo vota nas pessoas mas quando estas chegam ao poleiro vira tudo igual, e parece que agora vamos deixar de confiar nas pessoas. Eu, por respeito a mim mesmo, vou, que fique oficialmente aqui explícito, deixar de acreditar em política. Se fosse falar de democracia perdia caracteres e tempo, e se o tempo é dinheiro, mais vale poupá-lo e evitar gastá-lo em futilidades.
Este Franquelim (uma adaptação foleira de um nome estrangeiro que faz lembrar um cantor pimba) é o novo bobo da corte, ou seremos nós os bobos "desta corte". Hoje é notícia o facto do rapaz ser um consultor precoce, aos 16 anos já fazia consultoria (um prodígio, talvez) a uma empresa que viria a ser criada passados 19 anos (duplo prodígio, diria eu, um visionário)! Como não sou jornalista, fui à Infopédia onde diz que o Franquelim entrou na empresa em questão dois anos após ter terminado a licenciatura em Economia, ou seja, entrou para a empresa aos 27 anos e não aos 16 (maldita Infopédia, a deitar por terra um prodígio português com nome de cantor pimba). Ao que acrescento que a dita empresa, fundada em 1989, deriva da junção de duas empresas que já existiam há largas décadas. Mas esse trabalho de investigação cabe a jornalistas e detectives, eu sou apenas um ser chato.
Na verdade, estou-me nas tintas para o currículo dos nossos governantes, licenciados em aldrabices. A credibilidade é algo que se esconde ao ouvir falar deste governo desgovernado. Franklim, à inglesa, era o nome de um gato que nasceu no palheiro da minha avó. Posso até confidenciar que fui padrinho do gatinho, e a minha prima foi a madrinha. Procedemos ao baptismo, com direito a água benta e tudo! Vá, era água da torneira mas nunca me descaí ao pé do Franklim, gato. O Franklim, gato, nunca foi à Universidade, nunca trabalhou na vida, casou-se, teve filhos, e desapareceu do mapa. Com estas histórias todas do Franquelim, à portuguesa, liguei à minha avó a perguntar pela família do Franklim, o gato. Ao que parece, o Franklim, gato, dizia à mulher que tinha um bom currículo e que tinha tirado uma licenciatura, possivelmente tirada ao domingo. A pobre esposa, agora viúva sem nunca se ter despedido do cadáver de Franklim, gato, conta que a última vez que o viu ele disse que ia comprar tabaco. Se fosse eu tinha desconfiado - o Franklim, gato, não fumava. Se calhar fugiu para o Brasil ou foi adquirido por alguma empresa angolana. Ele ultimamente andava com ar suspeito, já nem caçava ratos da mesma maneira. Nunca mais ouvi falar dele, Franklim, o gato.
Autoria e outros dados (tags, etc)
É senso comum que existem certas particularidades que diferenciam os homens das mulheres. Não sendo totalmente correcto, até porque sou dos que defende que os homens e as mulheres não são todos iguais, existem certas particularidades que encaixam na grande maioria das pessoas do mesmo sexo.
E agora vou debruçar-me sobre isso mesmo. Para começar, estou a tirar uma formação numa área ligada ao futebol e, na primeira aula, o formador deu algumas sugestões para nós exercitarmos o nosso cérebro. Coisas simples como lavar os dentes com a mão canhota ou comer com os talheres trocados podem ser acções bastante interessantes para obrigar o nosso cérebro a trabalhar mais em situações do dia-a-dia e para as quais já temos processos e rotinas assimiladas. Achei interessante, e até comecei a lavar os dentes com a mão esquerda - até agora posso dizer que já sujei duas blusas com pasta de dentes e tenho um hálito menos fresco contudo, acredito que com a prática estarei pronto a desempenhar esta tarefa com igual mestria quer à destro quer à canhoto!
Outra sugestão, porém, deixou-me mais apreensivo. Querem saber qual é? Cambada de curiosos! Parecem o meu gato, sempre a meter os bigodes em todo o lado. Raio do gato tem um fetiche qualquer com portas. Assim que vê uma porta a abrir - zingas! - lá vai ele explorar o novo recanto que se abre. Seja um armário, a porta de uma divisão da casa, a porta da varanda, a porta da rua, uma caixa, seja o que for, o estúpido do felino vai saltar lá para dentro à Indiana Jones para explorar, sempre a explorar. Mas a sugestão era outra: mudar o caminho que se faz todos os dias, por exemplo, experimentar uma nova estrada para o trabalho. E quanto a isso, achei má ideia. Isto porquê, porque eu, sendo homem, não pergunto indicações a ninguém e, como tal, já andei perdido algumas vezes. De modos que, experimentar um caminho novo pode dar mau resultado. Uma vez, queria eu ir ter a Alfragide mas enganei-me na saída e, sorte a minha, quando dei por mim estava na Damaia. Nada contra o sítio, até pareceu bastante bonito, mas andei por bairros onde só entra o corpo de intervenção e não me pareceu boa ideia pensar em mudar o caminho que sigo para o trabalho todos os dias por uma aventura ao vivo por reportagens do jornal da TVI. Lavar os dentes com a mão esquerda, ainda aceito, mas arriscar chegar ao trabalho só de cuecas, não me pareceu boa ideia. Fica a sugestão.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Vou desabafar convosco e espero que ninguém conte às autoridades mas, e isto é uma possibilidade cada vez menos remota, se o meu gato desaparecer por um tempo interminável e encontrarem sangue no meu quarto, eu posso ter algo a ver com o assunto.
Costumo falar com o animal e quando estamos sozinhos até lhe confidencio coisas sobre mim, sobre a minha vida e afins, porque penso que ele gosta de ouvir. No entanto, ontem ouvi um miado parecido com uma palavra, a saber "miaunteiga", o que é praticamente tudo o que o meu colega de casa sabe dizer e isso deixa-me preocupado. Ainda para mais, reparei que o livro que ando a ler (pasmem-se, é sobre José Mourinho), tinha o marcador numa página diferente e estou desconfiado do gato. Qualquer dia aparece lá em casa a recitar Os Lusíadas e daí até contar os meus segredos mais assustadores é um pequeno passo. É uma situação delicada contudo, e como agora já sei que é um macho, não me sinto tão mal em pensar em assassinar o bicho. Ou então tento fazer chantagem primeiro, começo por lhe esconder os biscoitos preferidos, meto alfinetes dentro da bola de ping pong, pego-lhe fogo à cauda, só para ele perceber que é mais saudável se ficar calado.
De outra forma, seria chato o felino contar às redondezas algumas confidências. Por exemplo, fui eu que fechei o caniche da velhota do 2.ºD nas escadas de emergência só porque estava farto de ter um porta-chaves a gingar na minha perna, ou fui eu que estoirei com a energia em todo o quarteirão quando tentava fritar o periquito da velhota do 2.ºE com duas lâmpadas, ou fui eu quem colocou uma falsa convocatória de condomínio para discutir se a velhota do 2.ºF podia ter 14 gatos na varanda só porque o marido a trocou por uma rapariga que trabalha ao balcão da churrascaria da rua de baixo. Agora que penso nisso, devia afastar-me do 2.º andar antes que as velhotas se juntem contra mim, uma delas tem um cajado em madeira e já a vi correr atrás de um garoto malcriado.
Elevador amigo, não avaries nem pares no 2.º andar que eu prometo portar-me bem daqui em diante. E ai de ti, saco de pulgas, que te chibes de alguma coisa!
Autoria e outros dados (tags, etc)
Eu tinha uma gata que afinal é um gato e isso mudou tudo. Sinto, claramente, que os meus últimos dois meses foram uma mentira. Eu estive a viver uma mentira! Depois de ter colocado um texto intitulado "
Gato, o chamariz de garotas" parti para a acção e recebi mesmo na minha moradia um animal da espécie acima referida. Contudo, à primeira vista parecia-me estar perante um espécime feminino e todos cá em casa o começamos a tratar como tal, até esta semana. Esta semana mudou tudo.
Quando tínhamos uma gata éramos uns pais carinhosos que fazíamos todas as vontades à menina. Chegamos a comprar Barbies para ela brincar, e ela brincava toda contente, dávamos-lhe banhos de sais e espuma, víamos fotos de gatos machos pelados, até cheguei a fazer uma maratona de
Sexo e a Cidade com "ela". E o pior, "ela" dormia connosco, na nossa cama. Mas agora é "um gato" e passou a ter uma vida de macho!
Em primeiro lugar acabaram-se os banhos, um gato macho lava-se com a própria língua! Forrámos a sala com fotos de gatas desnudadas e algumas vestidas com camisolas de lã bem sexy, passámos a meter picante nos biscoitos e acabaram-se os patés enlatados! Agora deixamos a televisão ligada em canais de desporto quando saímos e vemos pelo menos um filme de acção por dia, de preferência com muito sangue. Quando se trata de vida nocturna, e apesar de ser um felpudo de apenas cinco meses, pode ficar acordado até tarde, se quiser sair com os amigos está à vontade, já bebe cerveja com os donos e estamos a ensinar-lhe piropos e frases de engate, só não toleramos drogas e a primeira vez que o apanharmos a fumar vai levar com o cinto. Agora tem uma manta do Action Man e nunca mais o obrigámos a lavar loiça ou arrumar a casa, isso é coisa de mulher e o nosso gato é um macho. E, mais importante, agora dorme na rua! Não quero um macho a dormir enroscado nas minhas costas...
Se ele está mais feliz agora, não sei, mas está a portar-se como um verdadeiro homem! Ontem tinha duas gatas a miar à porta e deu-lhes para trás para ficar a ver
The Avengers com os seus compinchas. Está feito um homem, o meu "ex-gata"!
Autoria e outros dados (tags, etc)