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Problemas do século XXI

por Marquês, em 17.02.16

Às vezes dou por mim a pensar que nasci na época errada. O meu corpinho sexy e ar gingão tinham feito um enorme sucesso na década de 80, não tenho dúvidas. Ou a minha virilidade seria uma mais-valia para escorraçar os árabes do nosso território no século XII. Este novo milénio não me parece adequado.

 

Cresci já com acesso a internet e telemóveis e consolas de jogos que evoluiam à velocidade-luz. Quando comecei a ouvir música já os walkman eram coisas do passado, vinil já era objecto de colecção e grandes bandas como The Beatles, Queen (que agora renasceu com o Adam Lambert e vou vê-los no Rock in Rio-Lisboa 2016) ou Nirvana já tinham desaparecido. Não acompanhei o nascimento da TV mas vi a internet roubar protagonismo ao papel. Escapei à Guerra Fria e o muro de Berlim quando me viu nascer deitou-se ao chão só para me ver.

 

No entanto, vou ao café com amigos e perco algum tempo, se calhar largos minutos, a vê-los mexer nos zingarelhos electrónicos que trazem com eles. Estamos no cinema a ver os trailers dos filmes da sala ao lado e a sala está iluminada com o brilho dos smartphones. A correr as pessoas levam telemóveis pendurados no braço. Vamos a um restaurante e há o ritual de tirar fotos ao prato, de vários ângulos, depois a importância de escolher o filtro perfeito e tem de se publicar antes de provar. O que se torna bastante difícil quando a internet é uma porcaria e a foto nunca mais carrega e depois começamos a stressar porque a comida está a ficar fria e nós ali a olhar para o loading que nunca mais acaba. Aliás, acho que o futuro passa por comida essencialmente fria para não apressar o ritual da foto e partilha nas redes sociais.

 

E eu, qual ermita, com o telemóvel pousado em cima da mesa (só tiro do bolso porque fico mais confortável) a tentar conversar com as pessoas. E as vezes em que o prato chega à mesa e me lanço a comer sem sequer ligar o modo câmara, qual selvagem.

 

Definitivamente, tinha-me dado muito melhor em soirées com o João da Ega.

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Bendito telemarketing

por Marquês, em 10.12.15

Ligaram-me do serviço net + tv cá de casa para juntar o telemóvel. Só vantagens. Ficava a pagar mais 20 paus e tinha muitos minutos para falar + 400mb de internet no telemóvel.

 

Educadamente, que um desempregado também pode ter maneiras ao falar com pessoas com trabalho, expliquei à senhora que pago cerca de 10 euros por mês, consigo falar com quem preciso e raramente gasto os 200mb do meu pacote (se calhar isto soa um bocado mal...).

Quem é que não gasta 200mb num mês??? OMG! WTF! Facebook, Instagram, e-mail... Tipo, 200mb é bué pouco!

 

Sim, tenho isso tudo e não gasto. Podem fazer um case study comigo. DECO, se me estás a ouvir, vamos deitar abaixo esses consumistas! É possível sobreviver um mês com 200mb de net no smartphone! 

 

E a senhora lá atirou com uma alternativa: por mais 5 paus, ficava com 1gb de net!

 

O meu cérebro deu um nó...

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Aldeia global na grande lisboa

por Marquês, em 07.01.13
Globalização, aldeia global, todos nós já ouvimos estes termos em algum momento da nossa vida. Hoje em dia, com a rede de transportes cada vez mais avançada e com aquilo a que chamamos Internet, os povos, as culturas e os objectos podem vaguear à vontade pelo planeta, regra geral.

Pois bem, há minutos descobri que, se Portugal não fizesse parte da aldeia global, seria impossível entrar num indiano e pedir uma pizza, ser atendido por uma senhora de leste e o cozinheiro falar brasileiro. Isto é um sinal de globalização, e é estranho. Ir a um japonês e ser atendido por um chinês, ainda admito, se tiver os olhos em bico para mim chega como prova de credibilidade. Agora um indiano que vende pizzas feitas por um brasileiro? Que virá a seguir, chineses a grelhar maminha?

Não jantei mal e a sangria estava docinha mas ainda estou desconfiado se o molho de tomate não sabia um pouco a feijão preto. Tenham cuidado amigos que o mundo anda virado do avesso. Não confiem em nada! Não confiem em ninguém! E aproveitem para ir ao cinema ver o novo filme do Tom Cruise, "Jack Reacher". Ou vejam na Internet, eu não conto às autoridades. Ok, eu disse para não confiarem em ninguém e agora coloco-vos duas frases que não fazem sentido se não confiarem em mim... Mas a película está engraçada. Não é candidata a Óscares nem nada que se pareça, não está extraordinária nem é o melhor filme que já vi. Porém, e agora é a sério, está um bom filme de entretenimento com boas cenas de acção e uma história porreira. Aliás, tendo em conta que foi o Tom Cruise que realizou o filme e se auto-nomeou actor principal, eu teria feito o mesmo, ou parecido. O Tom fez um filme em que é um valentão, com experiência militar, as raparigas olham todas para ele, ele bate nos mauzões e não se rege por leis nenhumas. Grande Tom, sempre o mesmo malandreco.

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Existe uma linha que separa tudo...

por Marquês, em 20.06.12

Boa pergunta, tenho de admitir. Não passo um dia sem ver esta linha à minha frente. Outdoors, mupis, cartazes, anúncios de tv, anúncios na internet, redes sociais... acho que até já vi esta linha na rádio! Só para verem como já vi esta linha várias vezes e em variados locais e acontecimentos. Chego a não conseguir diferenciar as imagens reais das falsas. Toda a gente inventa uma comparação separada por uma linha, toda a gente! A sério? Ainda por cima é uma linha em cores "bichas", há homossexualidade, que não tenho nada contra, e há "bichice" e "paneleirice", e esta linha é "bicha".

Não obstante, e apesar de as pessoas serem levadas a pensar tal - é de propósito -, nada tenho contra esta linha e até estou aqui para a elogiar. Fazer publicidade a marcas não é do meu estilo mas vou abrir uma excepção. A Íris, ou Fibra da Zon, pode ter ou não mais clientes que a concorrência mas, neste momento, lidera em mediatismo e é uma das "publicidades peste negra virais" do momento (gostam do termo? "Publicidade peste negra", é porreiro, não é? Vou averiguar se já existe, caso contrário, amanhã estou numa universidade chique a dar um seminário sobre "publicidade peste negra"). Na minha singela e inocente (cof cof) opinião, já ninguém suporta os Gato Fedorento nos anúncios da Meo. É sempre igual, não há evolução, não há nada de novo, mas agora surge a Íris e a sua linha "abichanada" com algo de novo. Centenas de imagens circulam pela internet com a linha, na sua maioria são frases forçadas para a brincadeira mas a linha (já disse que é "abichanada"?) está lá e as pessoas associam-na ao produto. Pouco importa se "Existe uma linha que separa o Sporting da Liga dos Campeões" ou "Existe uma linha que separa a nádega esquerda da nádega direita", a questão é: existe uma linha! Uma aposta ganha.

"Publicidade peste negra viral", ou apenas "publicidade peste negra", é uma publicidade em forma de epidemia. Podemos apanhar em casa, na rua, sozinhos ou com outras pessoas - não é sexualmente transmissível, mas aconselho o uso de protecção na mesma! A "publicidade peste negra" começa por inundar mupis ou cartazes ou anúncios de televisão, tentamos resistir mas sucumbimos e somos forçados a ver a publicidade. Uma vez, outra e outra vez, e quando damos por nós - não há saída! Fomos contaminados! Estamos a falar e quando queremos dar um exemplo para expressar uma ideia, pimba, lá vem a "publicidade peste negra"! Não nos larga, consome-nos! Está sempre a surgir-nos à frente, na nossa mente, reparamos que nos apanhou. Tal como a peste negra atacou os nossos antepassados!

Para mais explicações sobre "publicidade peste negra", ou para o caso de pretenderem a fórmula do antídoto, estou disponível para dar palestras, seminários ou participar em congressos. Também animo baptizados, festas de aniversário, casamentos e divórcios (estou a especializar-me nisto, é o negócio do futuro!). Contactos através do blogue, das 10h às 22h, incluindo feriados e fins-de-semana.

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Eu e o Tio Patinhas

por Marquês, em 30.05.12
No meu último texto falei do Tio Patinhas, um dos heróis da minha infância. Sempre gostei de ler, ler um livro, um livro era uma verdadeira obra de arte que estava ali, que me ensinava sempre algo, que ficava bonito na estante juntamente com outras obras já lidas ou em vias de, desde pequeno que criei esse hábito que se foi perdendo com o aparecimento da Internet lá por casa. Até ter acesso cada vez menos limitado à Internet, fui perdendo o gosto pela leitura, pelo folhear de um livro, pelo cheiro a papel e conhecimento. 

As aventuras vividas na primeira pessoa nas terras dos vikings ou na Roma Antiga, estive em todo o Mundo sem sair do sofá ou do quente da cama. Viajava numa cápsula mágica chamada: livro. E a banda desenhada fez parte da minha literatura infantil. Há quem se recorde de tempos em que eu não lia, eu devorava livros. E devorar é uma palavra que se adequa, pois pegava no dito cujo e só o largava depois de virar a última página. Noites sem dormir ou tardes sem lanchar, nem dava pelo tempo passar enquanto estava a ver as aventuras de tantos personagens, entre eles o Tio Patinhas. O Mickey, o Pateta, o Donald e afins tinham a sua piada mas o Tio Patinhas era o que mais me fascinava. Quem sabe pela sua riqueza, ou pela sua sovinice, ou pela sua má vontade. O raio do pato fascinava-me! Vi o Tio Patinhas descobrir ser herdeiro de um castelo na Irlanda ou aventurar-se no meio de tribos africanas ou entrar em corridas de carros ou, ou, ou, ou, o certo é que o pato de óculos sem hastes fazia tudo. E eu queria ter um pouco de Tio Patinhas. Ou então queria apenas ser rico e poder mergulhar no meio de moedas de ouro...


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