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Top + sexta-feira

por Marquês, em 12.06.15

 

top+.jpg

 (in visao.pt)

 

Está aqui uma pessoa a ver as últimas de sexta-feira e repara neste bonito top +.

 

Análise superficial:

 

Sexo é tabu mas, às escondidas, as notícias mais lidas metem sempre mulheres jeitosas e corpos desnudados. Todos querem saber como se consegue o melhor orgasmo: amigos, o melhor é experimentar!

A política é um dos alicerces do país actual. Principalmente se a ideia for falar mal dos políticas e dizer que estamos em crise.

O país está teso e o governo tem 34 carros novos! Todos partilham e não me parece que os comentários sejam: "Que fixe, fizeram uma vaquinha para substituir os Renault 19 comprados pelo Soares".

Pelo meio há sempre a esperança de uma cura divina e de uma vida eterna. Até porque queixarmo-nos leva muito tempo e queremos aproveitar todos os minutos para isso mesmo.

 

Como achei isto curioso, fui à homepage do Correio da Manhã. Um casal filmado a fazer o amor em plena rua de Madrid, casal que há uns tempos fez o amor numa praia californiana e casal que praticou o coito numa varanda durante meia hora...

 

Meia hora ali no bem bom. Ainda existe esperança na humanidade!

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Haja política e ensino neste país, sff

por Marquês, em 12.07.12
Raramente falo de política. E tenho razões, que são minhas e são válidas, e que acho por bem partilhar convosco. Em primeiro lugar, confesso que não percebo nada de política, talvez exista mais alguns temas que não compreenda, mas de política nada percebo. E em segundo lugar, porque em Portugal não existe política, nem tão pouco políticos. Se calhar isso ajuda a perceber a situação actual do país, não há políticos, não há gestores, não há economistas, não há engenheiros... Não, meus amigos, não estou a dizer uma idiotice de todo o tamanho, estou simplesmente a ironizar. Eu sei perfeitamente que em Portugal há políticos, gestores, economistas e engenheiros, alguns de qualidade tal que posso afirmar serem dos melhores do mundo. Contudo, não estão onde nós, reles povo, gostaríamos. No Governo, os políticos são quase inexistentes. Eu posso pegar num estetoscópio que isso não faz de mim um médico (Perceberam a metáfora? Genial, não é ? Ultimamente ando muito forte em metáforas!).

Há tempos, estive sem trabalho. Licenciado, maior de idade, teso que nem um carapau, sem trabalho. Já tinha trabalhado, já tinha feito descontos, já tinha estado a contrato. Nunca tinha trabalhado mais de quatro meses seguidos a contrato. Ao que parece, não cheguei a averiguar a fundo porque entretanto arranjei trabalho, precisava de ter cumprido um contrato superior a seis meses para receber subsídio de desemprego. Resumindo, não tinha habilitações para ser desempregado. Nesse momento comecei a ver o Governo com outros olhos. O nosso primeiro-ministro, ao que consta, pouco trabalhou na vida (exercendo cargos para os quais não tinha aparentes habilitações), tirou uma licenciatura em Economia, aos 37 anos (!) e é o "chefe" de um país. O anterior, cujas actividades laborais também são duvidosas e pouco consistentes, tirou uma licenciatura em Engenharia, num dia em que a Universidade até deveria estar fechada... Não sou inspector da PJ nem Juiz mas consigo perceber que, em Portugal, qualquer um pode fingir ser o que quiser. Eu, leigo, não vejo onde economia e engenharia ensinam política.

Antigamente, um jornalista em Portugal era um nabo, um rejeitado, um desajeitado. É verdade. Editores, chefes de redacção, repórteres, cujos cursos variavam entre arquitectura e ciências. Sem emprego na sua área, surgia o jornalismo, qual El Dorado, e uma carreira de sucesso. Gente que algum valor teria, que até sabiam redigir um texto, mas que nunca estudaram jornalismo na vida. Na política também sofremos desse mal. Lecciona-se Política em certas universidades, públicas inclusive, mas a maioria dos "políticos" que vemos na televisão, são nabos, rejeitados ou desajeitados de outras áreas. E lembrei-me disto porque o ministro dos assuntos parlamentares, dos poucos que até poderia dizer ter estudado Política, conseguiu tirar uma licenciatura de três anos em apenas um - ao que um ignorante diria "é sobredotado"!

Das duas, uma: ou o ensino em Portugal anda todo trocado, ou então Portugal é governado por sobredotados...

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Valha-nos o vinho com o iva baixinho

por Marquês, em 11.05.12
Cultura (segundo priberam.pt)
s. f.
1. Acto, arte, modo de cultivar.
2. Lavoura.
3. Conjunto das operações necessárias para que a terra produza.
4. Vegetal cultivado.
5. Meio de conservar, aumentar e utilizar certos produtos naturais.
6. [Figurado]  Aplicação do espírito a (determinado estudo ou trabalho intelectual).
7. Instrução, saber, estudo.
8. Apuro; perfeição; cuidado.

Na teoria, cultura (o ponto 7 será o mais indicado para agora) deveria estar ao alcance de todos. Portugal precisa de jovens, e adultos, instruídos, com educação, com ambição, entre muitas outras qualidades apreciadas, e com cultura. Toda a gente pensa isso. A minha avó, que por força da sua vontade, sabe ler, mas não conhece Marx ou Descartes e talvez nunca tenha entrado num cinema ou assistido a uma peça de teatro e pouco conhece de música para além do belo baile, contudo, é a primeira a me encorajar a ler um livro ou a ir ao cinema com os meus amigos. E porquê? Porque sabe a importância que a “cultura” tem nos dias de hoje e a importância que terá no meu futuro.

Ainda me lembro de passar férias em casa da minha avó, que muito orgulhoso digo que fica no monte e longe de tudo, e trocar um livro por um jogo de futebol na televisão. Era fatal, vinha puxão de orelhas! “Que te ensina a bola? Estavas tão entretido a ler o livro que te ensina muito mais”, dizia ela. Sem maldade, pois sempre soube que o desporto era a minha grande paixão e, quando mais tarde enveredei por uma área desportiva nos meus estudos e ofícios, foi com alegria que me deu forças. Contudo, o simples princípio que uma senhora com pouca instrução, penso que terminou a antiga quarta classe entre o cuidar do gado e as tarefas do campo, apresenta é extraordinário. Ela tem pena de não ter lido mais livros, de não ter viajado mais, de não ter falado com mais pessoas, de não ter aprendido mais. E, por isso, quer que os seus netos saibam mais e mais.


Faz um ano que deixei a cidade onde estudei. Último semestre com direito a estágio e abalei para Lisboa, atrás da minha vontade – assessoria de comunicação desportiva. Lembro-me que na altura, como qualquer neto babado, me fui despedir da minha avó. Mesmo sabendo que eu não ia assim para tão longe, e até já tinha estudado fora, a pobre senhora com semblante carregado de muitos anos de tristezas, e alegrias, e mãos enrugadas puxou-me contra o seu peito e apertou-me com força. A sério, naquele momento senti-me um Homem, como se estivesse a fazer as malas para partir para a tropa ou para a Guerra do Ultramar. Numa versão mais rebuscada do momento, direi que senti um calor enorme a ser transmitido naquele apertão. Desde então, sempre que lá vou encontro uma simpática velhota que me questiona com um olhar penetrante, como se tentasse absorver em mim os conhecimentos das minhas vivências. Faz-me acreditar que, nascido num outro leito, poderia ter sido directora de uma empresa, tinha vontade e inteligência para tal. No entanto, não teve oportunidade de estudar mais, de aprender mais, de adquirir mais cultura, e trocou o cultivo da mente pelo cultivo da terra, o computador pela enxada e a escola pela lavoura.


E isto remete-me para o primeiro ponto desta publicação (ou post para a malta jovem que se rendeu aos estrangeirismos): a cultura. Eu estudei mais que a minha avó, vi mais filmes, li mais livros, viajei mais (mesmo sem nunca ter ido mais longe que Córdoba ou Badajoz), conheci mais pessoas. E porque raio estou a falar no passado? Tenho 22 anos, uma vida pela frente, talvez duas vidas pela frente, tenho tanto para ler, ver, ouvir, dizer ou cheirar, mas falei no passado. Mas sinto que me querem cortar as asas. Ora, já fui um perdido pela cultura. O facto de entrar numa livraria ou num cine-clube era um atentado à minha carteira. Sempre que ia a uma livraria, comprava um ou dois livros. Independentemente do seu conteúdo, era cultura e conhecimento que eu estava a comprar. Há cerca de dois anos, deixei de entrar em livrarias. A razão? A carteira, pobre coitada não está em condições de sofrer mais atentados. A comida na mesa, as contas da casa e o alimento do veículo levam tudo e o fim do mês é um oásis. Como se não bastasse, vêm de lá os mandões pedir esforços à malta. De um lado oiço incentivos aos estudos, ao cultivo da mente. Do outro lado, vejo as propinas a aumentar (deste mal já me safei) e vejo o iva a subir na cultura e no entretenimento. Neste carrossel de contradições, valha-nos o vinho que manteve o iva baixinho. E bem precisamos de uma boa pinga, para que as palavras dos mandões façam sentido. Avó, prepara-me um garrafão de vinho para eu meter na mala, antes que a ASAE feche a adega por falta de condições...

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